Porque a graça da vida é...

viver simplesmente e todo mundo tem histórias pra contar.


sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Porque Olicity precisava se separar, porque vai continuar separado por um tempo e porque é mais importante do que nunca

Oliver Queen é um herói que floresce através de seus conflitos pessoais.
Derrotar bandidos e vilões é sua maneira de salvar a cidade, mas é na sua vida pessoal que estão seus maiores desafios.
Voltemos a primeira temporada e vamos dar uma olhada em sua vida pessoal. Francamente? Era uma grande e fodida bagunça, muito parecida com o próprio Oliver.
Moira: ele tinha conflitos com sua mãe que queria que ele assumisse uma empresa que ele não queria enquanto ao mesmo tempo conspirava pra derrubar uma parte da cidade.
Thea: Mais conflitos. Ela o queria mais presente em sua vida ao mesmo tempo em que não aceitava seu julgamento.
Tommy: Ainda mais conflitos? Uma vez que precisava esconder a verdade do seu melhor amigo enquanto fingia continuar a ser um playboy e observava ele começar um relacionamento com a mulher que ele queria.
Laurel: Os dois tinham tantos conflitos que achar uma cena onde não houvesse é dificil.
Não é à toa que nessa época ele preferia a vida. Seus relacionamentos amorosos não eram grande coisa.
Realmente, as únicas relacionamentos estáveis na temporada 1 eram Felicity e Diggle. Havia problemas e conflitos? Sim, mas eram gerenciáveis e nunca duravam muito.
Conforme avançamos nas temporadas podemos perceber que enquanto Oliver cresce, amadurece e aprende os conflitos pessoais vão diminuindo.
No começo da quarta temporada, Oliver está em paz consigo mesmo. Tommy e Moira estão mortos. Thea sabe seu segredo e Laurel deslizou para a periferia de sua vida, nada mais do que uma companheira de equipe.
Mesmo o conflito com Diggle iniciado no final da temporada anterior foi resolvido no terceiro episódio e no sétimo eles já se viam novamente como irmãos. Eles ainda discutiriam sobre Andy mas nada que abalasse a amizade.
Então Oliver descobre sobre seu filho e sua vida pessoal novamente espirala até a parte final da temporada quando o segredo vem a tona, porém ao mandar a criança para longe essa questão é encerrada. Ainda há dor e angústia? Sim, mas não há conflito.
Nesse momento o único conflito na vida pessoal de Oliver é Felicity. Todos acreditavam que eles estariam de volta até o final mas isso não aconteceu.
Entramos na quinta temporada e tudo que se houve é "eles são amigos, mas não estão juntos romanticamente", "não sabemos se vão voltar a ficar juntos".
Eu acredito que isso vai continuar por um bom tempo. Por que? Porque esse é o grande conflito pessoal de Oliver nessa temporada. Um tão grande, tão importante que caminhará por todo o ano. O conflito final. Tão importante que limparam toda a vida pessoal de Oliver ao ponto de dizer que "ele está em paz".
Não é à toa que todos os temas dos episódios iniciais tem a ver com trabalho em equipe, confiança, culpa. Não é a toa que no final do primeiro episódio (momento em que Arrow sempre apresenta os conflitos da temporada) vimos Felicity com seu novo namorado. Não é a toa que Oliver não sabe desse namorado. Desconfio que nem mesmo é a toa que trouxeram Diggle, o grande expert em Oliver/Felicity/Olicity de volta antes de Oliver descobrir sobre esse namorado.
Olicity pode estar separado, e deve ficar por um bom tempo, mas com certeza é um dos, senão o maior assunto dessa temporada

O que diabos está acontecendo com Olicity na 5a. temporada

Entre entrevistas, PR e 3 episódios nessa 5a. temporada, eu realmente estava confusa com o que estava acontecendo no show.
Até que uma entrevista de SA me deu a pista. Ele disse que na mente dele Oliver e Felicity estão plenamente reconciliados e bem, apenas não estão juntos.
Minha reação foi "Como assim?!? Que diabos ele está dizendo?!?"
Então eu relembrei as entrevistas de WM que dizia que os dois tinham muita coisa  na cabeça pra pensar em questões romanticas, a entrevista de EMB dizendo que a relação dos dois era interaimente profissional.
Juntei com o que eu vi no show: Oliver sendo extremamente aberto e confiante em relação a Felicity, porém ela escondendo praticamente toda vida pessoal dele e dizendo que ela e Oliver não tinham mais uma relação onde poderiam conversar sobre Havenrock e Rory.
E a frase "Você esta preso em ambar esperando as coisas voltaram como eram." fez realmente sentido e entendi todo o cerne da situação.
SA está dizendo o que se passa na cabeça de Oliver, EBR o que se passa na cabeça de Felicity e WM a situação por fora.
Oliver realmente tem esperanças sobre os dois porque está meio em negação  tão sobrecarregado com o trabalho como prefeito, vigilante solitário e agora treinando a equipe que ele não se apercebeu que, apesar de solidária em seu trabalho e ainda obviamente apaixonada por ele, Felicity se distanciou mais e mais, a ponto dele não saber o que acontece com ela fora do bunker. De uma certa forma eles voltaram realmente a como eram na Season 1 e 2, não nos sentimentos, mas em como se relacionam.
Nessa época Felicity amava-o e estava lá sempre que ele precisava de orientação e ajuda mas era extremamente reservado com sua vida pessoal  a ponto de duvidarmos se ela tinha alguma e agora a situação se repete.
Também faz sentido a questão de Oliver não vai agir como esperamos. Descobrir sobre o namorado não deverá ser sobre ciúmes ou aceitar que não há mais esperança, mas uma verificação da realidade de onde eles realmente estão e o quanto ele estava se iludindo e em negação.
O que Oliver vai fazer quando ele se aperceber disso é que é o ponto de virada que tanto está se falando.
Não e a toa que o expert em Oliver/Felicity/Olicity John Diggle foi trazido de volta às pressas, com direita à fuga de uma prisão federal e tudo. Seu irmão verde vai precisar dele mais do que nunca.

Arrow

Decidi escrever sobre Arrow e pensei em fazê-lo em inglês, mas não é a minha primeira língua então....
Como Arrow se tornou uma das minhas (muitas) obsessões?
Eu sou uma fanática pela jornada do herói. Contos de fada e comics, fantasia e ficção científica, mitologia e clássicos falam a mim de uma maneira profunda.  Devorar ensaios e livros de Campbell só me fez amar ainda mais esse mito.
Eu moro no Brasil, um pais de língua portuguesa e tenho mais de cinquenta anos. Isso significa que o acesso a mídia publicada foi restrito durante boa parte da minha infância e juventude e o acesso a internet praticamente não existia.
Nos anos 70,  comics começaram  a ser traduzidos e publicados aqui porém, diferente do modelo americano, as revistas mensais são aglutinadas em um único almanaque com o herói mais popular puxando mais dois ou três, que podem variar dependendo da popularidade de algum arco no momento.
Tem a desvantagem de não permitir a ampla escolha de leitura que resulta na venda de comics separados mas era melhor do que nada e me permitiu acompanhar a maioria das publicações  Marvel e DC.
Eu era apaixonada igualmente por ambas editoras e lia todas as revistas mensais, graphic novels e qualquer coisa que fosse publicada. Por volta de 2005, percebendo que as histórias já não me agradavam tanto eu mudei para outros gêneros de comics, mas ainda, de vez em quando, acompanho de longe, esperando reencontrar o antigo apelo e sempre que as historias saem dos comics para o cinema e a TV, eu experimento e praticamente assisto a grande maioria.
Durante esses quase quarenta anos eu tive meus preferidos e, com certeza, Green Arrow não fazia parte desses.
A história do playboy arrogante, egocêntrico e mulherengo poderia talvez me agradar se não fosse pelo seu romance com Black Canary . Enquanto hoje o relacionamento que eles tinham é considerado tóxico pela maioria das pessoas, 30 anos atrás era tolerado como algo que acontecia regularmente, a famosa frase "homens são homens e não se pode fazer nada".
Bem, eu odiava isso, enquanto eu não vejo problema nenhum em promiscuidade enquanto solteiro, eu realmente não lido bem com traição, principalmente em alguém que deveria ser um superherói. O fato de que BC aceitava e perdoava a cada vez, me fazia mais irritada com a visão da época, onde uma mulher por mais forte, independente e capaz que ela fosse deveria abaixar a cabeça e aceitar tudo que seu homem jogava nela por amor.
Então não, eu não gostava do casal, revirava os olhos a cada vez que eram descritos como "épicos". Mesmo através dos diversos retcons que ambos passaram eu não conseguia deixar a impressão inicial passar e ao final eu era indiferente a BC e detestava GA.
Esse desgosto explica minha relutância em começar a assistir Arrow, mas em algum momento no hiato da segunda temporada eu finalmente decidi dar uma chance à serie.
Eu amei o piloto! Aquele Oliver Queen era um homem completamente diferente do idiota com cavanhaque ridículo e comportamento arrogante, eu me vi fascinada com sua história. Havia tantos momentos incríveis nesse episódio: Oliver quebrando o pescoço de um bandido para não ser descoberto era algo inédito numa história de superheróis, a ilha deserta não ser tão deserta era um convite a entender como o garoto mimado havia se tornado esse assassino tão frio e Moira raptando o próprio filho? implicada em seu naufrágio? OMG, isso fazia um monte de interessante.
A jornada do herói de Oliver Queen era tão clássica e ao mesmo tempo tão original em relação ao que eu tinha visto nos últimos anos. Meu único senão era... Laurel Lance. Pense em antipatia à primeira vista, foi o que aconteceu quando eu a vi arrogantemente desligando a TV, olhando ofendida e indignada para os pobres colegas de trabalho e o que veio depois não ajudou,  mas o resto era tão bom que decidi ignorá-la e continuar a assistir.
Os próximos episódios... bem, eles não eram tão bons quanto o piloto e eu me vi patinando ao invés de devorar como eu imaginei que aconteceria. As cenas de ação eram ótimas, SA sem camisa era tudo de bom e eu realmente me divertia com as cenas dele com Diggle e Felicity, toda a intriga com MM era interessante, mas a constante choradeira de Moira e Thea sobre o quanto desapontadas estavam com Oliver me fazia balançar a cabeça porque bem... era tão egoísta! E quaisquer cenas de Laurel eram desperdício de tempo na minha opinião, porque quanto mais eu a via, menos gostava. Além disso a sensação era que a história não andava, eu ficava imaginando se era só isso: Oliver riscando nomes atrás de nomes no seu caderno.
Arco da Huntress foi bastante divertido e eu alegremente trocaria mais Helena por menos Laurel, mas acabou cedo demais, infelizmente. Mckenna era tão sem sal que não valia a pena pensar nela.
Então Ollie, que havia mantido sua máscara de playboy mesmo magoando mãe, irmã e suposto amor, cede a uma desapontada Felicity e desaparece, dando lugar a Oliver "você pode confiar em mim". Como assim, cara?!? E a tal conversa sobre a missão ser mais importante?!? Alguns episódios depois, ele se esconde no carro dela, entrega seu segredo em pura confianca, sem mesmo tomar precauções como ele fez com Diggle?!? Eu sabia que as coisas começariam a ficar interessantes.
Assistir Oliver stunado por um vestido dourado foi uma das coisas mais divertidas na primeira temporada. Foi uma perfeita cena de comédia romântica e lembro que fiquei abismada de vê-lo ir atrás de Mckenna depois. No entanto, a partir dai eu comecei a acompanhar com mais cuidado esses dois, observando o jogo que estava acontecendo.
Meu instinto criado a partir da experiência em centenas de histórias anteriores me dizia que alguma ia acontecer ali e se não tinha acontecido imediatamente era só porque era mais importante do que parecia.
Até então eu gostava de Arrow mas não tinha recuperado o entusiasmo do piloto até o final da temporada, que foi surpreendente,  me pegou no momento da descoberta de uma segunda máquina de terremoto. A cena final com o helicóptero sobrevoando o Glades semidestruído me acertou em cheio e tudo que eu queria era saber o que vinha depois.
Ao longo da segunda e terceira temporada, a jornada do herói de Oliver Queen havia se tornou uma obsessão. Os altos e baixos da quarta temporada não foram nem de longe suficiente pra me fazer desistir. Arrow começou sua quinta temporada esse ano e eu ainda quero saber o que vem depois.